quinta-feira, 4 de outubro de 2007

xeque

sentou na ponta do penhasco e pôs-se a pensar. a sua frente um quebra-cabeça enigmático contruido com peças do passado. olhava intensamente para os espaços vazios onde as peças faltosas deveriam estar e tentava lembrar quais eram elas. travava sozinho na beira da colina uma batalha consigo mesmo. atrás de si um baú, similar a um caixão. alí poderiam estar a peças sumidas. mas como faria pra retirar a enorme e pesada estátua do buda azul turquesa que se encontrava sobre o baú? isso era parte do enigma. com a figura pesada e sorridente sobre o baú era impossível reaver o q se encontrava em seu interior. mas valeria a pena o esforço de mover a enorme estátua sem mesmo saber se o que havia dentro do baú eram as peças que faltavam pro seu quebra-cabeça?

lento. não... cauteloso. talvez a resposta não fosse recontruir a imagem com as antigas peças, mas arrumar novas peças, talvez construí-las. o enigma intrincado, comparado ao antigo enigma da esfinge, o consome. um movimento errado pode significar ser engolido sem piedade pela realidade a sua frente. um leve brisa no sentido errado poderia fazer com que caísse no abismo. sentado permaneceu, pelejando nesse xadrez mental e mortal, tentando sair do xeque.

Um comentário:

amourinha disse...

voltou a ser fodinha
lindo texto!!!
Faz todo sentido, encaixou com minha reflexões dessa semana... rs
beijocas